Pacientes da região de Campinas (SP) relatam dificuldades para manter tratamentos contínuos devido à falta de medicamentos de alto custo. Na metrópole, moradores afirmam que a ausência de remédios essenciais ultrapassa um mês, e em Indaiatuba (SP) a prefeitura listou ao menos 63 itens em falta.
Em nota, o governo estadual, responsável pelo repasse dos medicamentos, lamentou o ocorrido e disse que o reabastecimento das unidades deve ocorrer gradualmente nos próximos dias. Leia na íntegra abaixo.
A cabeleireira Viviane Cristina Rodrigues, que usa uma vacina imunobiológica para artrite psoriática (secuquinumabe), está há mais de um mês sem receber as doses.
“É um direito nosso, da população, e a sua saúde fica na mão do governo do Estado e você não sabe para onde recorrer. Por mais que você trabalhe, é muito caro, é difícil”, disse Viviane.
Pacientes ficam sem medicamentos de alto custo na região de Campinas
Luciano Machado/EPTV
Riscos clínicos
Em Indaiatuba, a prefeitura afirma que já notificou o Estado, por meio do Departamento Regional de Saúde (DRS) VII de Campinas, pedindo “regularização urgente do fornecimento e um posicionamento formal sobre as medidas adotadas”.
A lista de medicamentos em falta na cidade inclui remédios usados no tratamento de doenças crônicas e autoimunes, como adalimumabe, fumarato de dimetila, interferon beta, natalizumabe, octreotida e secuquinumabe.
“Esses medicamentos que estão em falta estão atingindo, mais ou menos, uns 4 mil pacientes. Como é uma população bem grande, é um número bem grande de medicamentos para diabetes, glaucoma, esclerose, várias doenças que precisam ter um acompanhamento e tratamento contínuo”, detalhou Melina Pansonatto, diretora de Assistência Farmacêutica de Indaiatuba.
Já em Sumaré (SP), a administração municipal reforçou que “tem acompanhado de perto a situação e cobrado providências junto à Secretaria Estadual de Saúde para a normalização urgente do abastecimento”.
“Ressalta-se que as irregularidades e os atrasos no envio provocam a interrupção de tratamentos essenciais, geram insegurança e prejuízos aos pacientes, além de representarem riscos clínicos”, complementou a prefeitura, em nota.
O que diz o Estado
“A Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) do Estado de São Paulo lamenta o ocorrido e informa que a Farmácia de Medicamentos Especializados (FME) de Campinas está sendo abastecida e a regularização total dos itens está prevista para amanhã (10). Já em relação à FME de Piracicaba, a regularização total dos estoques acontecerá até a próxima segunda-feira (15). Os municípios de Limeira, Indaiatuba e Sumaré serão avisados quanto a disponibilidade dos itens para retirarem os malotes”.
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