‘Óleo da Bôta?’: jovens paraenses explicam presente inusitado dado ao príncipe William
O príncipe William recebeu um presente inusitado durante visita ao Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, na tarde desta última quinta-feira (6). O herdeiro do trono britânico ganhou um frasco do tradicional banho de cheiro paraense.
O produto é uma mistura de ervas e essências típicas do mercado Ver-o-Peso e foi entregue por representantes do Instituto Cojovem, organização paraense que atua com juventudes e clima na Amazônia.
O momento descontraído viralizou nas redes sociais, e muita gente achou que o item entregue ao príncipe seria o famoso “Óleo da Bôta”, um “perfume amazônico” considerado afrodisíaco, associado a rituais de sedução e lendas.
“A gente se divertiu com essa repercussão”, explicou, entre risos, Carla Braga, fundadora e diretora executiva do instituto.
Era ‘Óleo da Bôta’ mesmo?
‘Óleo da Bota?’: jovens entregam a William frasco com essência batizada de ‘cheirinho Atrai Políticas Públicas para a Juventude’
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Segundo Carla e Pedro Mota, coordenador de pesquisa do Instituto Cojovem, o que eles entregaram foi o ‘cheirinho Atrai Políticas Públicas para a Juventude’, um produto criado por eles.
“É um símbolo do nosso desejo de afastar a crise climática e atrair direitos e orçamento para a juventude amazônica”, explicou Carla.
O encontro fez parte da agenda do programa “Próxima Geração Brasil”, do British Council realizado no Museu Goeldi. A proposta era ouvir jovens lideranças envolvidas com temas climáticos e de inclusão social.
Banho de cheiro é tradição em Belém; são vendidos em locais como o mercado Ver-o-Peso.
Jéssica Gatti / G1
“Fomos convidados para falar sobre a pesquisa Fala Juventudes da Amazônia, e só lá descobrimos que o príncipe estaria presente. Foi uma surpresa, mas sempre estamos preparados para dialogar com tomadores de decisão, seja em Belém ou em qualquer parte do mundo”, contou Pedro.
Durante a reunião, o grupo apresentou dados sobre como a crise climática tem afetado diretamente as juventudes da Amazônia Legal. Segundo Pedro, os jovens do Pará recebem “menos de um centavo de investimento público”, convivendo com insegurança alimentar, dificuldades de acesso à educação e ansiedade climática.
“A gente fala de temas sérios, mas acredita na força da alegria, da fé e da ancestralidade. O ‘cheirinho’ foi uma forma carinhosa de levar a nossa cultura e espiritualidade amazônica para essa conversa. O príncipe riu, se mostrou muito interessado e recebeu o presente com simpatia”, contou Carla.
Príncipe ouviu lideranças indígenas
Nesta sexta-feira (7), o príncipe William esteve, pela segunda vez nesta semana, no Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, em Belém, para um encontro com lideranças indígenas e representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
A reunião contou com a presença da presidente da Funai, Joenia Wapichana, e de lideranças como Dinamam Tuxá, Angela Kaxuyana e Juma Xipaia.
Durante a conversa, Joenia pediu apoio internacional para a demarcação de terras e para as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), compromisso global de redução de emissões de gases.
No fim da visita, o príncipe plantou uma muda de cedro-branco, espécie ameaçada de extinção na Amazônia.
Em Belém, príncipe William planta árvore de espécie em extinção
A sexta-feira (7) também foi marcada pela visita do rei Carl XVI Gustaf e da rainha Silvia, da Suécia, que conheceram as pesquisas do museu e plantaram uma árvore em sinal de cooperação com a Amazônia.
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