Alfa, como foi nomeada, ganhou um novo lar com a policia de Epitaciolândia
Arquivo pessoal
O olhar triste e cabisbaixo de uma cadela que ficou ao lado do corpo de seu tutor após ele morrer em uma rodovia chamou a atenção da Polícia Militar de Epitaciolândia, no interior do Acre. Após o caso, a corporação decidiu resolveu adotá-la.
Francisco Coelho de Oliveira Neto, soldado da PM, que estava na ocorrência, disse que ele e os colegas se compadeceram com a cena, que ocorreu na noite dessa quinta-feira (4), no km 5 da BR-317, entre os municípios de Epitaciolândia e Xapuri, interior do estado.
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“Ficamos compadecidos com aquela imagem, um óbito na estrada e um cachorro caramelo deitado com a cabeça em cima do braço de seu dono. Estava bem triste, lambia ele a todo momento, sem entender o que estava acontecendo”, relatou.
Cadela ganhou o nome de Alfa e seguirá com a PM até que a família do antigo tutor a busque
A vítima, identificada como Raimundo Moura da Silva, de 51 anos, morreu após ter um mal súbito. Quando o Instituto Médico Legal (IML) chegou ao local para recolher o corpo, Alfa, como foi nomeada pelos policiais, ficou sem reação e, mesmo após a retirada do corpo de Raimundo, continuou no mesmo lugar.
“Esperamos o corpo ser removido porque não sabíamos se ela iria ficar brava. A cadelinha estava totalmente desnorteada, sem saber para onde ir. Chegou a ficar deitada no meio da rodovia”, disse o soldado.
‘Contratação’
Cadela que ficou ao lado do corpo do tutor comoveu policiais
PM/AC
Com receio de que um outro acidente de trânsito pudesse ocorrer, o soldado disse que partiu dele, a ideia da pet.
Segundo ele, Alfa foi ‘contratada’ para integrar a corporação no município, que já tem outros dois cachorros do Grupo de Operações com Cães (GOC): Apolo e Helô.
“Entrei em contato com alguns amigos para saber se havia algum grupo ou instituição que pudesse adotá-la, mas não consegui achar ninguém, então, falei aos demais colegas da equipe que não poderíamos deixá-la ali, e eles toparam levá-la ao quartel para ser nossa mascote”, disse.
Alfa
O cachorro cor caramelo sempre foi comum no Brasil, embora seja classificado como SRD (sem raça definida), se tornou um verdadeiro ícone nacional ao cair nas graças da internet. Com Alfa não foi diferente.
“Sugeri o nome dela de Alfa, por ser um ambiente militar acredito que cairá bem. Alfa será mais uma companhia para a gente. Ela já demonstrou ser fiel a quem ama, vamos cuidar da melhor forma”, garantiu.
O nome, que é a primeira letra do alfabeto hebraico, simboliza o início, e assim, começa uma nova história para cadelinha que horas antes, sentia pela perda do antigo dono. Brincalhona, Alfa trouxe uma nova vitalidade para a rotina séria e formal do quartel em Epitaciolândia.
O soldado explicou ainda que Alfa já recebeu atendimento de uma sargento que é médica veterinária e trabalha no grupamento com cães. Ela permanecerá com a equipe, e só será liberada caso algum familiar da vítima vá buscá-la no batalhão, localizado na Avenida Rui Lino, centro de Brasiléia.
“Ela está ficando na recepção do batalhão. A ideia é mantê-la segura e perto da gente. Está sendo alimentada e hidratada, já passou a noite no quartel com a equipe e está bem tranquila”, afirmou Neto.
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