
Conheça o porta-aviões USS Gerald Ford
O porta-aviões USS Gerald R. Ford chegou à área de operações da América Latina nesta terça-feira (11), segundo a Marinha dos Estados Unidos. A embarcação foi enviada à região por ordem do presidente Donald Trump para apoiar ações contra o narcotráfico. Por outro lado, autoridades afirmam que a operação tem o objetivo de derrubar o governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
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O USS Gerald R. Ford é o maior, mais letal e adaptável porta-aviões do mundo, além de ser o mais moderno e tecnologicamente avançado dos EUA, segundo a Marinha americana.
Incluído ao arsenal americano em 2017, o porta-aviões tem capacidade para abrigar até 90 aeronaves entre caças e helicópteros.
Ele dispõe de uma pista para pousos e decolagens com área equivalente ao triplo do gramado do Maracanã.
O grupo de ataque do porta-aviões inclui esquadrões de caças F-18, helicópteros militares, além de três destróieres — o USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill.
Batizado em homenagem ao ex-presidente Gerald Ford, que governou os EUA entre 1974 e 1977, o porta-aviões é considerado o principal ativo da Marinha para projeção de poder, dissuasão e controle do mar.
“O USS Gerald Ford é um dos maiores poderes de fogo navais que os EUA podem projetar”, afirma Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard.
“Seu envio é sinal inequívoco de que Washington está disposta a empregar força militar além das ações recentes contra barcos e lanchas no Caribe.”
Conheça mais sobre o porta-aviões USS Gerald Ford em infográfico abaixo.
Conheça o USS Gerald Ford, maior porta-aviões do mundo e o mais avançado da Marinha dos Estados Unidos.
Equipe de arte/g1
Em comunicado de outubro, o Pentágono afirmou que a missão do grupo de ataque USS Gerald Ford no Caribe será “ampliar e fortalecer as capacidades existentes para interromper o tráfico de drogas e degradar e desmantelar” cartéis latino-americanos, alvos declarados do governo Trump.
Na terça-feira, a Marinha disse que o porta-aviões vai dar apoio a operações para “desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narcoterrorismo em defesa da Pátria”.
Não há confirmação pública da localização do navio. Desde que cruzou o Estreito de Gibraltar e entrou no Atlântico, em 4 de novembro, o transponder do porta-aviões foi desligado para manter a posição em sigilo, procedimento comum em operações militares.
Operação no Caribe
Porta-aviões USS Gerald Ford, da Marinha dos Estados Unidos, atravessando o Estreito de Gibraltar.
Alyssa Joy/Marinha dos Estados Unidos
As embarcações e aeronaves do grupo de ataque USS Gerald Ford se somam à presença militar já robusta dos Estados Unidos no mar do Caribe, composta por navios de guerra, jatos de combate, helicópteros de operações especiais e aviões bombardeiros.
Em dois meses, os EUA atacaram 20 embarcações no Caribe e no Pacífico, em ações que deixaram mais de 70 mortos. Segundo o comando americano, os barcos pertenciam a organizações narcoterroristas.
Os ataques começaram em setembro, poucos dias depois de os EUA dobrarem para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro e lançarem uma operação militar contra o narcotráfico no Caribe.
O governo dos EUA acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, grupo classificado como organização terrorista internacional. Nesse cenário, autoridades americanas afirmam que o presidente venezuelano pode ser considerado alvo legítimo em ações contra cartéis.
Na semana passada, o jornal “The New York Times” afirmou que Trump tem na mesa diversas opções militares, incluindo ataques a autoridades venezuelanas e medidas para assumir o controle do petróleo do país.
Já a revista “The Atlantic” informou que Maduro estaria disposto a negociar a saída do poder, desde que recebesse anistia e garantias de segurança para viver no exílio. A Rússia declarou estar pronta para apoiar Caracas na escalada contra os EUA.
Enquanto isso, Trump vem justificando as ofensivas dizendo que cada embarcação bombardeada representa 25 mil vidas americanas preservadas. Ele também admitiu que pretende realizar ataques terrestres contra cartéis, sem especificar quais países seriam alvo.
Em outubro, o presidente americano anunciou que autorizou operações especiais da Agência Central de Inteligência (CIA) em território venezuelano. Ele não disse se os agentes receberam autorização para matar Maduro.
Venezuela em alerta
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante evento indígena em 12 de outubro de 2025
Frederico Parra/AFP
Maduro está preparando o país para lutar em esquema de guerrilha caso uma invasão terrestre dos EUA se concretize, segundo informações publicadas pela agência Reuters na terça-feira.
Os planos do governo Maduro incluem a mobilização de armamentos do arsenal militar, distribuídos de forma estratégica, incluindo equipamentos russos com décadas de uso, diz a agência. Unidades do Exército venezuelano estariam orientadas a se dispersar e se esconder em caso de ataque.
“Não duraríamos duas horas em uma guerra convencional”, disse à Reuters uma fonte próxima ao governo.
O país está em alerta máximo diante da possibilidade de um ataque direto por parte do governo Trump. Segundo a mídia americana, o presidente aguarda apenas uma justificativa jurídica para autorizar uma ação militar.
Trump sugeriu a possibilidade de operações terrestres na Venezuela e afirmou, no início do mês, que achava que “os dias de Maduro na presidência da Venezuela estão contados”.
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